É a Vila! É a Vila!
Se ano passado a disputa já esquentou, imagine esse ano. E tinha que ser lá: na Vila Isabel, lá no Boulevard de Noel Rosa e tantos outros. Ali é onde o passado e o futuro do samba se cruzam, e na quadra da Vila está presente hoje o único debate em torno dos rumos do samba-enredo, do que se quer para o Carnaval e para o samba. De um lado e de outro os maiores expoentes de uma ou de outra visão. Luiz Carlos da Vila dessa vez uniu-se ao aliado de maior peso possível: Martinho da Vila. De outro lado, o professor André Diniz, que já faz parte da história dos sambas da Vila, da história desse gênero musical chamado samba-enredo com os sambas que fez a partir da década de noventa. O que quer o Carnaval? O que quer a Vila Isabel? É difícil decidirmos, porque cada um apresenta o que há de melhor em um e outro olhar. Mas o cenário desse “round” está longe de ser perfeito: está longe de ser o melhor samba de Martinho; está longe de ser o melhor samba de Diniz. O samba de Martinho é passadista demais; o de Diniz não consegue equilibrar suas quebras rítmicas e melódicas e representa um “mais do mesmo” que pela primeira vez parece chegar a uma encruzilhada. Se o cenário não é o ideal, é o possível, e em cima dele, a Vila vai decidir se o samba-enredo tradicional merece ou não esboçar uma reação.
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